A Mini

Depois de muitos anos de travessia do deserto das modas, a Mini corre o risco de se tornar ela própria uma moda. Porque, num ano em q o Lisnave Chic invade, de gangas desembainhadas, as ruas das nossas cidades, a Mini está para a cerveja como o regresso dos dois beijinhos está para a técnica de cumprimentar pessoas com pedigree. Ainda por cima, as sempre inovadoras tendências trazem de volta o punk. Punk Chic, bem entendido - tudo quanto era rasca há vinte ou trinta anos, é agora "reciclado" pelos grandes costureiros.
E q haverá de mais punk q uma Mini bebida pela garrafa? Ora se tem mesmo q ser, q seja bem feito. Uma Mini pede-se assim: - "Ó-CHEFE-DÊ-AÍ-UMA-MINE". Ao q o empregado lhe pergunta se branca ou preta. Só então você decide, mas tenha em conta q a preta é sinal de distinção. Depois da carica ter soado no chão, é imperdoável não passar a palma da mão pelo gargalo. Sem isso estraga o ritual e o sabor já não é o mesmo. Por fim, deve beber-se em duas goladas. No máximo. Nada de ficar a bebericar, a fazer render a garrafa, com medo da cerveja - a Mini deve beber-se toda de uma vez, á homem.

(revista ÍCON , agosto 2000)

Curiosidades a parte, o Zuca não bebe cerveja.